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+ O Inter x Barça desta noite foi um daqueles jogos que, dentro de anos, virará clássico da Champions e passará vezes sem conta no canal temático Eurosport. Um jogo para homens de barba rija, muito intenso, muito táctico, com lances de futebol verdadeiramente espectaculares, com muito suor, muito querer de parte a parte... um dos jogos que mais prazer me deu ver este ano. Deu Inter, que leva para Camp Nou uma vantagem de dois golos. Vantagem suficiente para pensar já na final? Claro que não, longe disso. Mas pouca gente a fazia prever.

+ Chamem-lhe retranca, se forem mais simplistas; chamem-lhe "ocupação correcta dos espaços defensivos", se forem mais doutorados nisto do pontapé da bola; chamem-lhe o que quiserem. A verdade é que o conjunto nerazzurro soube encontrar forma de anular o futebol de toque do Barça, tirando-lhe os espaços nos últimos 30 metros. No fundo, o Inter não contrariou a cem por cento o estilo de jogo do Barça. Condicionou-o, "tirando-lhe" a baliza, tirando objectividade àquele somatório de desdobramentos ofensivos simples. Só falhou colectivamente no golo de Pedro Rodríguez, com Maicon e Lúcio a acreditarem em demasia que o lance iria perder-se. De resto, a estratégia resultou em pleno.

+ Depois, importa realçar que o Inter teve ofensivamente um jogo quase perfeito. Quando Sneijder empatou, já havia tido duas oportunidades excelentes para marcar, é verdade. Só que a partir daí foi quase letal. Teve tudo a seu favor e trabalhou muito, muito, muito para ter a sorte do jogo do seu lado. Os golos de Maicon e Milito podem vir a ter um valor inestimável. Mourinho ganhou a batalha a Guardiola e, se segurar a eliminatória na Catalunha, pode ficar perto de conseguir a imortalidade junto dos adeptos nerazzurros. Só que ainda falta um jogo. Que seja tão bom quanto este, é o que podemos todos desejar.