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segunda-feira, junho 30, 2008

LIVRES
Take #68

» O fim da maldição

Sergio Ramos na final de Viena
Foto ASSOCIATED PRESS

A Espanha sagrou-se campeã europeia, feito que não conseguia há 44 anos. Aliás, feito que só tinha conseguido há 44 anos. E, se tenho o hábito de dizer que todos os títulos sejam justos, inclusive o da Grécia, não tenho outro remédio senão afirmar que este título foi justíssimo. Oito golos marcados na fase de grupos, vitória nas grandes penalidades sobre a Itália, "tareia" na Rússia e domínio sobre Alemanha.

Terá havido alguém que mereceu mais que a Espanha? Mesmo eu, que raramente torço a favor da Espanha e ontem estava pela Alemanha, consigo entender que este foi um Europeu da justiça, pelo menos no que à final diz respeito. A eliminação de Portugal teve um sabor amargo, a Holanda prometeu mais do que fez, mas a Espanha esteve sempre ao mesmo nível.

As maldições

A primeira vez que me lembro de ver a Espanha numa grande competição foi no Mundial 1994. Digo, sem ir confirmar, que esteve no grupo da Alemanha, que empatou a dois golos com a Coreia do Sul num jogo espectacular e que terminou eliminada pela Itália. Este último não me lembro, mas a Marca fez questão de o frisar.

Não era uma selecção que deslumbrava. Tinha bons jogadores, jogadores com nome, mas não praticava um futebol de alto nível nem empolgava, fazendo sonhar com o título. De certa forma, passou-se o mesmo dois anos depois em Inglaterra. Entretanto, chegamos ao Mundial de 1998.

Aqui, admito. Fiquei triste com a eliminação espanhola. Contra a Nigéria perderam 2-3, mas fizeram 45 minutos de luxo. Lembro-me perfeitamente de achar que eram a melhor selecção até então. Na última jornada nem uma goleada sobre a frágil Bulgária valeu aos espanhóis. E choraram... e conseguiram entristecer-me.

A partir daí, foi mais do mesmo. Em 2000, foram afastados pela fortíssima França, mas tiveram oportunidades mais que suficientes para vencer. Em 2002, o jogo com a Coreia do Sul... o jogo nem merece comentários. Em 2004, valeu Nuno Gomes e não senti um pingo de pena. Em 2006, o futebol empolgava, os media espanhóis exultavam, mas o resultado foi o mesmo.

Curiosamente, este ano, foi a imprensa espanhola a surpreender. Pareceu-me mais calma, menos eufórica. E com razões para isso. Agora sim, têm razões para celebrar. Agora ninguém os cala.

Peripécias

Portugal é um país com mentalidade perdedora que nos últimos anos habituou-se, e bem, a ganhar. Não necessariamente títulos, mas a estar entre os grandes. Este ano, decidimos culpar Scolari pelo timing do anúncio de saída, decidimos culpar Ronaldo por ter feito um mau Europeu. Decidimos culpar problemas no seio da selecção.

E a Espanha? Não foi Luis Aragonés que, durante a qualificação, foi sozinho para Madrid depois de um jogo? Não foi Luis Aragonés (ou o Fenerbahçe) que anunciou sair para o Fenerbahçe após o Europeu? Pode haver defesa dizendo que já se sabia que iria abandonar o cargo, mas, sinceramente, alguém ainda pensava que Scolari iria continuar?

Quanto a jogadores... não foi Fernando Torres que lançou a bomba após a partida da Rússia? Não houve um pequeno estado de sítio? Uma guerra fria de declarações com o seleccionador? Já agora, até houve "brasileiros" a jogar e "Fàbregas" no banco. E comparando Torres a Ronaldo... o português marcou um golo em três jogos. Quantos marcou Torres até à final? Não tivemos nenhum Villa, terá sido essa a diferença?

Continuidade

Sabem quantos dos 23 campeões têm mais de 30 anos? Palop, Capdevilla, Juanito, Puyol e Senna. Puyol e Capdevilla têm 30 anos, Palop e Juanito não tocaram na chicha e para Senna (32 anos) há Fàbregas. Entretanto, esta equipa já sabe o que é ganhar.

Já houve dinastias de títulos que começaram por menos.

Uma última palavra para Iniesta. Fez uma prova verdadeiramente estupenda. Se Moutinho e Veloso valem 25/30 milhões, quanto valerá o catalão?

Artigo de Rui Silva
Publicado às 12:00


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