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quarta-feira, julho 25, 2007

LIVRES
Take #34

» País de exportação


Foto NEWS.BBC.CO.UK

Portugal é um pequeno país com um grande fenómeno futebolístico. Desde a chamada "geração de ouro", o futebol português assistiu a uma tremenda alteração dos seus princípios, pressupostos e valores. Os tempos dois "coitadinhos" já lá vai e, actualmente, os níveis de exigência foram colocados numa fasquia tão elevada que as desilusões aumentam.

Já mesmo depois de Portugal ter sido campeão mundial em Lisboa, o país futebolístico continuava a ser pequeno. Os jogadores actuavam quase todos em Portugal, à excepção de alguns predestinados e uns outros desconhecidos. Tudo bem que no passado Chalana e Damas, só para dar dois exemplos, já tinham tido aventuras no estrangeiros e mesmo Carlos Xavier e Oceano estavam há alguns anos no Anoeta, mas as grandes figuras eram Paulo Futre e Rui Barros. Dois jogadores que semanalmente faziam as delícias dos portugueses: "nós por lá".

O gosto pelo jogador no estrangeiro era tão grande que o país parava ao fim-de-semana para assistir na RTP2 aos fabulosos slaloms que Paulo Futre fazia no Vicente Calderón. Esta excitação pelo jogador a actuar no estrangeiro fez com que a ida do mesmo Futre para o Reggiana ou de Cadete para o Brescia fosse encarada como um sinal de desenvolvimento do nosso futebol: os portugueses a "invadirem" o Calcio.

A partir de 1994, com a saída de Rui Costa, o futebol português sofre a primeira "pedrada". A debandada da geração começava e abriria portas a algo nunca visto. Figo seguiu-lhe as pisadas e demorou pouco a que os jogadores portugueses tivessem as portas abertas em qualquer país. Os jornais, que antigamente, tinham uma coluna lateral com os "portugueses lá fora", hoje são obrigados a definir critérios. A cada dia que passa há uma notícia do Figo que actuou contra o Partizan, os portugueses do APOEL que jogaram para a pré-eliminatória, o golo que Sérgio Pinto marcou na Alemanha ou as primeiras "cambalhotas" que Nani faz no clube "de" Cristiano Ronaldo.

É raro o grande campeonato que não tenha portugueses. É raro o campeonato que não tenha portugueses. Lucas, Pedro Moutinho, Vargas, Abel Xavier... ou mesmo nos treinadores... Manuel José, José Luis, Joaquim Teixeira, Henrique Calisto, Peseiro, Mourinho, José Romão, entre tantos outros...

O país de descobridores tem hoje novas descobertas. O espírito aventureiro permanece no desporto, e não só no futebol, (Rui Silva, Ticha Penicheiro, Eduardo Filipe, João José, Sérgio Paulinho, Hugo Sabido...) e Portugal só tem a lucrar com isso. Contudo, o desporto português, na sua globalidade, está longe de conseguir competir com as potências. As pesadas derrotas no Mundial Sub-16 em basquetebol e as goleadas da selecção feminina júnior de pólo aquático no Mundial que se disputa no Porto não devem ser penalizadas, mas encaradas como um meio para atingir melhor fim. O incentivo ao desporto e à competição. Porque os milagres não duram para sempre.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 01:47


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