LIVRES
Take #26
» Uma questão de prioridades
Foto ASSOCIATED PRESS
Fabio Capello foi dispensado do Real Madrid. Depois de uma época controversa em que se exigia bastante do técnico italiano e da própria equipa, o italiano conseguiu alcançar um título que fugia aos merengues há anos suficientes para se falar em jejum.
No entanto, alheios ao título conquistado, os dirigentes do Real pouco quiseram saber do mérito de Fabio Capello e dispensaram-no, piscando o olho agora ao alemão Schuster. Capello agradece.
Agradece porque com ele deverá levar uma bela quantia (estima-se que 10 milhões de euros) e o prestígio. Prestígio de quem treinou a mítica equipa por duas vezes e das duas vezes conseguiu o título. Os dirigentes vêm agora afirmar que os títulos não são o mais importante, como se de uma equipa abastada e com um largo palmarés num passado muito recente se tratasse. De facto, Capello só trouxe prejuízo ao clube. Para além dos milhões que receberá de indemnização, obrigou ainda o Real Madrid a pagar ao Manchester United pelo título conquistado, por causa de Beckham, e pelo título de melhor marcador, por causa de Nistelrooy. Só inconvenientes.
Os títulos não são o mais importantes. Importante é maximizar os lucros de marketing, ter jogadores que vendam camisolas nos mercados mais longínquos e um futebol atractivo, à imagem de Schuster. Daqui a 5 anos, quando o Real estiver outra vez "à bica", despede-se o espectáculo, contrata-se um italiano, vence-se um título e volta tudo ao normal. Sei que esta é uma perspectiva radical e hiperbolizada, mas a verdade é que os títulos são e serão sempre o mais importante. São eles que melhor movem as massas em torno de um clube e dinamizam uma boa parte de vendas. Tornar-se no clube capitalista, que só quer vender camisolas e praticar um futebol agradável para turista ver não será solução.
Schuster tem deixado boa imagem por onde passa. No Real Madrid as decisões pesarão mais que o dobro. Vamos ver como se porta. Fabio Capello, esse, está nas suas sete quintas. Campeão, orgulho intacto e com um mercado que não lhe faltará certamente. Realmente, para alguns privilegiados, tudo parece fácil.
Foto ASSOCIATED PRESS
Fabio Capello foi dispensado do Real Madrid. Depois de uma época controversa em que se exigia bastante do técnico italiano e da própria equipa, o italiano conseguiu alcançar um título que fugia aos merengues há anos suficientes para se falar em jejum.
No entanto, alheios ao título conquistado, os dirigentes do Real pouco quiseram saber do mérito de Fabio Capello e dispensaram-no, piscando o olho agora ao alemão Schuster. Capello agradece.
Agradece porque com ele deverá levar uma bela quantia (estima-se que 10 milhões de euros) e o prestígio. Prestígio de quem treinou a mítica equipa por duas vezes e das duas vezes conseguiu o título. Os dirigentes vêm agora afirmar que os títulos não são o mais importante, como se de uma equipa abastada e com um largo palmarés num passado muito recente se tratasse. De facto, Capello só trouxe prejuízo ao clube. Para além dos milhões que receberá de indemnização, obrigou ainda o Real Madrid a pagar ao Manchester United pelo título conquistado, por causa de Beckham, e pelo título de melhor marcador, por causa de Nistelrooy. Só inconvenientes.
Os títulos não são o mais importantes. Importante é maximizar os lucros de marketing, ter jogadores que vendam camisolas nos mercados mais longínquos e um futebol atractivo, à imagem de Schuster. Daqui a 5 anos, quando o Real estiver outra vez "à bica", despede-se o espectáculo, contrata-se um italiano, vence-se um título e volta tudo ao normal. Sei que esta é uma perspectiva radical e hiperbolizada, mas a verdade é que os títulos são e serão sempre o mais importante. São eles que melhor movem as massas em torno de um clube e dinamizam uma boa parte de vendas. Tornar-se no clube capitalista, que só quer vender camisolas e praticar um futebol agradável para turista ver não será solução.
Schuster tem deixado boa imagem por onde passa. No Real Madrid as decisões pesarão mais que o dobro. Vamos ver como se porta. Fabio Capello, esse, está nas suas sete quintas. Campeão, orgulho intacto e com um mercado que não lhe faltará certamente. Realmente, para alguns privilegiados, tudo parece fácil.
