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quinta-feira, janeiro 25, 2007

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Reportagem

» De tanto bater o meu coração parou - Parte IV



Consequências Positivas

O mediatismo destes e outros casos causou uma preocupação geral e uma mudança na mentalidade das pessoas, relativamente às condições de segurança nos mais diversos locais. O nascimento de uma consciência crítica e melhor avaliação dos problemas que podem surgir a qualquer indivíduo criou grupos de pressão sobre as grandes instituições. Como o Dr. Abreu Loureiro fez questão de referir, o mediatismo dos casos de morte súbita trouxeram grandes vantagens à sociedade, na medida em que a preocupação com estes aspectos foi maior, bem como a prevenção de futuros casos.

Uma das maiores críticas que se fizeram sentir após a morte de Fehér foi o tempo que demorou a chegada de um desfibrilhador que poderia retomar o batimento cardíaco do jogador do Benfica. Como o médico-cardiologista explica, actualmente a presença de um desfibrilhador é obrigatória nos locais onde se praticam desportos de competição. “A aplicação de um desfibrilhador é bastante simples e pode ser dada por qualquer pessoa que tenha assistido a sessões de reanimação. O choque dado nos minutos seguintes pode ser a diferença entre a vida e a morte da pessoa em causa, quer seja atleta ou apenas espectador”, explica.
Além da presença do desfibrilhador em grande parte dos ginásios e estádios em Portugal, assiste-se também à preocupação das grandes companhias aéreas que possuem já o aparelho, sobretudo nos vôos de longo curso.
A responsabilidade nascida com este fenómeno de mediatização criou a noção de “desporto em segurança”, de acordo com o Dr. Raul Pacheco. À necessidade e ao gosto de praticar desporto pelo cidadão comum, juntou-se também a preocupação com as condições de saúde de cada um. A preocupação com o estado de saúde individual fez crescer o número de consultas nos centros de cardiologia, bem como da solicitação de exames complementares para a prática desportiva. Os jovens praticantes de desporto já não se sentem seguros em campo e admitem terem ficado bastante afectados com a sucessão de casos.
A sociedade portuguesa vive actualmente na era electrónica. Telemóveis, televisão e Internet são os três pilares-chave dos jovens adolescentes. A sedentarização das crianças e adolescentes criam problemas de saúde, relacionados com a obesidade e outros derivados da falta de exercício. O Dr. Pedro Abreu Loureiro relaciona este fenómeno com outro que se tem verificado nos últimos tempos: - o despertar para o desporto que torna a pessoa mais saudável. “Este despertar é bastante importante na medida em que vivemos numa época em que há uma grande complicação física que é o factor apaixonante da Internet. As pessoas ficam pregadas ao computador durante horas a fio, sobrando apenas oito horas para dormir. Estas pessoas mexem-se pouco e acabam por surgir problemas de obesidade e osteo-articulares que levam a problemas ósseos em alguns jovens”, refere.
Acrescentou ainda que o aumento de consultas permitiu um rastreio positivo que fez identificar “pessoas com problemas de condução eléctrica anómala de nascença, problemas valvulares congénitos também com repercussão cardíaca por nascença que eram desconhecidos até aí pelos cidadãos”. Noutros casos, alguns dos sintomas que as pessoas apresentam, como as chamadas palpitações ou taquicardias são facilmente “curadas” com o começo da prática desportiva.

Que causas?

A cada caso que surja no desporto internacional de morte súbita, a pergunta imediata que se lança é o porquê. O que terá estado na causa para a morte de um atleta? A opinião pública desde cedo lançou um ataque feroz à fiabilidade dos exames médicos, mas como já foi referido, as causas apontadas pelas autópsias realizadas a Marc Vivien Foe e Fehér, por exemplo, apontaram problemas de muito difícil detecção. O coração humano é um órgão vital e, como todas as outras componentes do corpo humano, está sujeito a um grande número de factores que poderá perturbar e originar falhas cardíacas. As deficiências estruturais congénitas são uma das principais causas, mas o esforço intensivo a que o coração de um indivíduo está sujeito pode provocar falhas que são exponenciadas pelos hábitos de cada um. Um dos elementos que pode estar na linha da frente como causa complementar é o consumo de substâncias ergogénicas, de acordo com o especialista em medicina desportiva, o Dr. Raul Pacheco.

As substâncias dopantes são naturalmente proibidas e podem facilmente provocar falhas cardíacas, mas outras substâncias, que podem ser facilmente adquiridas em lojas de produtos naturais, podem aumentar o risco do indivíduo.
O Dr. Raul Pacheco explica que a ingestão de substâncias ergogénicas está muito em voga. “Com o objectivo de diminuir a fadiga, aumentar o rendimento, ter melhores performances desportivas, estas substâncias não estão isentas de efeitos secundários, embora sejam aparentemente inofensivas”. O especialista escusou-se a falar em nomes, mas deixou em aberto a existência de várias substâncias de conteúdo alimentar que podem desencadear a perda de controle num organismo que já está sob esforço.

O desconhecimento dos efeitos secundários influencia o indivíduo a tomar determinados produtos que “prometem melhoria da condição física”.
No entanto, os perigos alimentares não se centram apenas nas substâncias ergogénicas. Substâncias que provocam uma grande excitabilidade, como a cafeína, ingeridas em excesso (Coca-Cola, cafés, Red Bull) juntamente com comprimidos provocam o aumento da frequência cardíaca e, embora provoque uma diminuição da sensação de fadiga, “descontrola a integridade das pessoas e leva a perturbações neuro-motoras e pode desencadear um quadro de descontrole cardiovascular num organismo que está já submetido a um grande esforço”.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 14:02


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