home

plantel

contactos

plantel

apoios









media

uteis

arquivos

estatísticas

On-line



eXTReMe Tracker




domingo, setembro 11, 2005

LIGA PORTUGUESA
No rescaldo - Benfica



O Sporting venceu o Benfica por 2-1, juntando-se a Porto e Braga na liderança do campeonato com 9 pontos em 3 jogos. Do outro lado, o Benfica confirma o pior começo dos últimos anos, quedando-se no 14º lugar, a 8 pontos dos maiores rivais.

O que fica deste jogo?
Analisando apenas os momentos mais importantes do jogo, encontraremos um Sporting que entrou no jogo com maior disponibilidade ofensiva, começando a ganhar os duelos no meio-campo a pouco e pouco, nomeadamente a partir dos 10 minutos.

Após os maus resultados nas duas primeiras jornadas, Koeman optou por manter o esquema de três centrais, com várias mudanças de jogadores. A defesa era composta por uma linha de três centrais: - Anderson, Luisão e Ricardo Rocha. Mais à frente, as alas estavam entregues a João Pereira na direita e Nelson na esquerda. No miolo do terreno e, face à ausência de Petit, Karagounis foi chamado à titularidade fazendo dupla com Manuel Fernandes. Na frente, e após todas as novelas de Verão referentes à contratação ou não de um ponta-de-lança, o treinador holandês apostou em três jogadores bastante móveis, na tentativa de confundir as marcações da defensiva sportinguista.

Porquê? Porque Koeman decidiu assim? Informado do esquema de Peseiro com os dois avançados, decidiu criar superioridade numérica, deixando sempre um central de fora, vigiando de perto as falhas de marcação ao sempre perigoso Liedson. João Pereira na direita e Nelson na esquerda procuravam sempre evitar que Douala criasse perigo nos flancos, subindo sempre que possível de modo a criar superioridade nas alas, ora com Carlitos, ora com Simão. Era simples. Douala, Liedson e Deivid eram marcados pelos dois centrais de marcação, o lateral respectivo, sempre com um central de sobreaviso.
A titularidade de Karagounis, Miccoli e Carlitos foram, para muitos, uma surpresa por razões notoriamente diferentes. Se Miccoli era apontado como provável titular, o mesmo não se sucedia com Karagounis contudo, aproveitando a experiência do grego e jogando com a mentalidade de dois jogadores que pouco ligariam ao ambiente de um "derby" que, até há bem pouco tempo, nada lhes dizia. A outra surpresa, Carlitos, foi uma aposta muito pessoal de Koeman. Aproveitando a boa forma do jovem jogador e a eventual motivação que o próprio ganharia com esta titularidade, esperou que o jogador se pudesse transcender e ser um quebra-cabeças para o chileno Tello. Manuel Fernandes e Simão seriam obviamente titulares.

No banco, Koeman tinha várias opções preciosas. Geovanni que, com a sua experiência e apetência para marcar golos ao Sporting, seria uma aposta razoável para uma segunda parte em que o jogo necessitasse de ser resolvido. Nuno Gomes era a opção para um esquema que privilegiasse um ponta-de-lança mais fixo que Miccoli. Beto, por seu turno, poderia oferecer maior consistência a um meio-campo que, apenas com Karagounis e Manuel Fernandes poderia enfrentar dificuldades com Moutinho e Sá Pinto do lado contrário.

Com o início do jogo, cedo se percebeu que o sistema de Koeman não parecia resultar. Um Sporting motivado foi obrigando o Benfica a recuar, ficando este privado de jogadas em ataque continuado. Se o jogo já parecia correr mal a Koeman, pior ficou quando Luís Loureiro inaugurou o marcador aos 37 minutos.

Logo após o golo, Koeman entendeu que estava na altura de mexer. Nuno Gomes foi aquecer e entrou ao intervalo para o lugar de João Pereira. Após 45 minutos de insucesso, Koeman alterou o 5x4x1 a defender e 3x4x3 a atacar para um esquema mais tradicional de 4x4x2 a defender e 4x2x4 a atacar, com Nuno Gomes e Miccoli bem na frente, Nelson a lateral-direito e Ricardo Rocha no lado contrário.

Mais uma vez, o esquema de Koeman não resultou, mas desta feita por razões diferentes. Aos 50 minutos, Ricardo Rocha foi expulso após entrada dura sobre Rogério. Cinco minutos volvidos, o treinador holandês voltou a mexer. Saiu Carlitos, entrou Beto. Beto entrou para a direita da defesa, Nelson voltou à esquerda. No meio-campo, Manuel Fernandes, Karagounis, Simão e Miccoli (agora mais recuado) formavam o quarteto do meio-campo, jogando Nuno Gomes sozinho na frente.

Curiosamente, foi assim que o Benfica começou a conseguir explanar o seu futebol. Com 10, o Benfica beneficiou de mais espaços, mesmo após um forte assédio do Sporting à sua baliza, após a expulsão. Mesmo assim, o Benfica foi ganhando metros no terreno e chegou à igualdade à passem do minuto 63. Na sequência de um livre directo, Simão aproveitou o desvio de Tonel, traindo o guardião Nelson. Koeman, que já preparava a entrada de Alcides recuou um pouco, em dúvida. O que fazer? Defender o empate e esperar que Miccoli, Nuno Gomes e Simão pudessem adiantar o Benfica num lance rápido? Ou continuar a jogar de igual para igual, arriscando a igualdade numérica na defesa?

As dúvidas foram dissipadas quando aos 65 minutos, Peseiro fez entrar Wender para a esquerda para o lugar de Deivid. Dois minutos depois, Koeman decide-se. Sai Karagounis, entra Alcides.
O Benfica voltava assim aos três centrais. Beto e Nelson protegiam o seu flanco, ajudando o primeiro ainda no centro do meio-campo o agora desamparado Manuel Fernandes.

Numa altura que o Benfica ia ganhando ascendente, o Sporting voltou a adiantar-se por intermédio de Liedson a cerca de 15 minutos do fim.
Nestes 15 minutos, o Benfica dominou o jogo, causando alguns calafrios à defensiva leonina, contudo mostrou-se incapaz de chegar ao tento da igualdade.

As intenções dos esquemas de Koeman fazem sentido, contudo mostrou-se completamente inapropriado à realidade do futebol português e à importância do jogo, não só para o Benfica, como também para a sua continuidade.

Assim, à terceira jornada, o Benfica encontra-se numa situação extremamente difícil. A 8 pontos de Porto, Sporting e Braga e às portas da estreia na Champions League, Koeman tem o cerco cada vez mais apertado.

O jogo em casa com o Lille servirá de tudo ou nada para os adeptos benfiquistas. Koeman terá de preparar bem o jogo, definir um esquema e esperar que a equipa corresponda e os resultados comecem a aparecer.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 01:40


futebol nacional

blogobola

blogs

portais

clubes

modalidades



© Livre Indirecto 2006 | Desenhado por Pedro Lopes