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terça-feira, agosto 09, 2005

LIVRE FRONTAL
Livre... de preconceitos

A guerra Benfica-Sporting, ou melhor, a guerra entre benfiquistas e sportinguistas (com portistas ao barulho) é ridícula. Seja nas conversas de cafés, na caixa de comentários do Record ou na caixa de comentários deste blog, somos obrigados a ler pseudo-factos e pseudo-acontecimentos que, se por um lado, nos fazem rir, por outro nos fazem questionar como é possível alguém pensar mesmo o que escreve.

Escrever é um direito único, mas certas pessoas continuam a usá-lo de modo indigno. Desde o tom provocatório à ironia, passando pelo falseamento de factos tudo acontece nesse local recôndito e penumbroso, vulgo caixa de comentários.

Dizer que o Sporting teve 18 anos sem ganhar o campeonato, o Benfica 11, que o Sporting beneficiou de 20 grandes penalidades ou que o Benfica apenas ganhou o campeonato à conta das arbitragens é ser cobarde e esconder-nos atrás de falsas verdades. O trunfo essencial para qualquer argumento é a coerência e, invariavelmente, é a falta dela que serve como isco perfeito para o começo de guerras e guerrilhas. Ser-me-á muito mais fácil dizer que o Sporting esteve 20 anos sem ganhar o campeonato (foram sim 17 temporadas), que o Benfica esteve 15 anos (foram 10 temporadas), que o Sporting beneficiou de 120 grandes penalidades (foram 17), entre tantas outras verdades inventadas.
Uma equipa pode ser beneficiada com 100 grandes penalidades durante uma época e passar uma década sem serem assinaladas grandes penalidades contra. Serão necessariamente favores de arbitragem? Se as grandes penalidades existem, marcam-se... se não existem, não se marcam, logo o facto bruto não será evidência necessária de favor. Não quero com isto defender os interesses leoninos, muito pelo contrário.

Pelo lado do Benfica, o país não-benfiquista grita a boa voz que o Benfica foi o campeão mais fraco dos últimos anos e que, apenas com os árbitros conseguiu vencê-lo. A verdade é... quem ganhou o campeonato? Sport Lisboa e Benfica. Quem esteve sempre nos lugares da frente desde o começo? Sport Lisboa e Benfica. Os seus adeptos foram “enxovalhados” durante largos meses com o rótulo “campeões à 4ª jornada” numa fase em que Sporting e Porto se encontravam em melhor forma. De que lhes serviu? Nada. Quem foi campeão? O Benfica. Favores de arbitragem? Contesto. Poderá ter sido beneficiado em vários lances, tal como também terá sido prejudicado noutros tantos lances. A balança não terá de ser necessariamente equilibrada. E o mesmo se passa com Sporting e Porto. Obviamente para uns convirá apenas lembrar de uns lances, enquanto outros esquecem por completo esses lances e recordam apenas outros, mas no final, analisando sobriamente e sem cegueiras clubísticas, o saldo é sempre favorável aos três grandes.

Segue-se o sempre tão animado debate sobre quem tinha o mérito para o ser (campeão).
O Benfica, com um plantel curto (como este ano aparenta ter novamente – ponta-de-lança e número 10 não vem suprimir essa lacuna), um treinador inúmeras vezes vaiado, um estádio que passou por muito descrédito por parte dos adeptos, registando mesmo nalguns jogos valores abaixo dos 20 mil espectadores, conseguiu unir o plantel (dando tanto valor à cadeira leccionada nos cursos de treinadores – Psicologia de Desporto), fechá-lo e, com poucas lesões, caminhar a passo curto para o título a partir dos excelentes resultados no Dragão e na Choupana.
O Porto tinha, de longe, os melhores jogadores. Não chega. Todos o sabemos. A estranha instabilidade vivida na Invicta durante a época com chegadas e partidas de jogadores e, mais preocupante, de treinadores e os muitos pontos perdidos em casa vêm fazer ver que afinal os três pontos que os separaram do primeiro classificado não foram nada, tendo em conta o real potencial de uma equipa com os jogadores que o Futebol Clube do Porto tinha.
Por último, o Sporting Clube de Portugal. O tão proclamado melhor futebol praticado, a equipa do “quase”. Com um inicio de campeonato periclitante, onde Peseiro chegou a ter a corda à garganta, safando-se à justa com as goleadas no Estoril e em Penafiel, intervaladas com uma vitória sofrida nos últimos minutos em casa frente ao Belenenses, o Sporting partiu para uma das melhores épocas ultimamente, não fosse a semana fatídica.
Contudo, passado é passado. O campeonato acabou em Maio e o vencedor foi o Sport Lisboa e Benfica. Venha o próximo. Nada mais poderá haver a dizer. Encerremo-lo.

O problema é que mesmo antes de começar voltamos a cair na mesma lenga-lenga. As contratações, as boas, as pseudo-boas e as falhadas.
O avançado do Benfica tem sido tema de capa dos desportivos durante as últimas semanas, porque não meses.
Nomes ventilados a cada 24 horas por sábios do jornalismo, com “fontes próximas” ou apenas de “fonte segura” coadjuvados por jornalistas estrangeiros igualmente sábios, à moda do seu país.
Todos os nomes são vistos como contratações falhadas. Poucos, ou quase nenhuns, são assumidos por dirigentes do Benfica. Contudo, não vejamos as coisas mais claras do que elas na verdade são. A falta de timing dos dirigentes benfiquistas é gritante. Koeman desespera por reforços. Vieira e Veiga decidem o timing, mas algo está mal na Luz. Capacidade negocial, capacidade financeira, “timings”, algo está mal e os benfiquistas sentem-no bem na pele, mais ainda quando confrontados pelos seus rivais.
Respondem à letra falando nas “negociatas” de Pinto da Costa e dos “flops” do Sporting. Será legítimo? Vejamos.
Realmente, como já foi dito, Pinto da Costa tem perdido o pulso no fluxo de entradas e saídas do Porto. Ou melhor, não o tem perdido, tem utilizado da pior maneira. Capacidade financeira supra-elevada nem sempre é sinónimo de reforços de qualidade e coerência na gestão de recursos. O Porto é hoje uma equipa extremamente descompensada com laterais que me parecem, à primeira vista, vulneráveis, e um meio-campo e ataque com um elevado número de jogadores por posição. A verdade é que o Porto tem dinheiro para falhar contratações e conquistou-o por mérito próprio. Os “grandes” de Lisboa não.
No Sporting, Marcelo Labarthe e Manoel são os alvos dos rivais. Labarthe chegou incluído no negócio de Tinga, rotulado como jovem esperança que teria dificuldades em singrar na equipa principal. Não foi resultado de uma busca determinada por um jogador influente para o meio-campo sportinguista. Terá sido apenas demasiado mediatizado, ao contrário de outros jogadores que chegam para as equipas B de Porto e Benfica (veja-se o caso do eslovaco Brezovacki. Por razões profissionais vi cerca de 5 jogos do Benfica B na época passada e devo dizer que este jovem nada vem acrescentar à qualidade dos jovens formados na Luz, para nao falar das muitas expulsões que este jovem colecciona, Câmara de Lobos em casa e Sporting no jogo que decidia o título de juniores são apenas dois exemplos). Depois, Manoel parece ter sido contratado para ajudar a suprimir a lacuna pela esperada venda de Liedson ao Corinthians. O negócio não foi concluído e Manoel acabou por ser descartado. Segue, ao que tudo indica, o rumo que Edinho tomou ao trocar o Desp. Chaves pelo Vitória de Guimarães, via Sporting incluído no negócio "Pedros" - Barbosa e Martins. Poderão os direitos de opção de Moreno e Targino entrarem em jogo? Veremos.

Conclusão a tirar? A paixão pelo futebol, a “cegueira” que o clubismo nos provoca é impulsionado por comentários menos dignos nas caixas de comentários. Quando vejo o meu clube ser atacado nas caixas de comentários também tenho vontade de reagir, mas não reajo. Primeiro, porque já sei que a novela será sempre a mesma. Segundo, porque condeno a criação de pseudo-factos e pseudo-acontecimentos para marcar uma opinião. Discutir futebol é realmente uma das melhores coisas que se pode fazer e a caixa de comentários é um local perfeito. Discuta-se sim, mas tornemo-nos cultos, tornemo-nos correctos e apresentemos os factos tal e qual eles são. Não especulemos! Para isso já temos os jornais desportivos.
Porto, Benfica, Sporting, Belenenses, Braga, Setúbal, Boavista, Académica, Beira-Mar, Estoril... como disse Guy Roux... nestes anos ganhámos (ao serviço do Auxerre) estas taças. Nos outros anos, deixámos em aberto para as centenas de equipas francesas.

Artigo de Rui Silva
Publicado às 02:09


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