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quarta-feira, maio 25, 2005

LIVRE OPINIÃO
Todas as palavras são poucas...

... para exprimir o que a minha alma benfiquista sente! A conquista do 31º campeonato pelo Benfica tem um significado imenso pois tinha eu 5 anos aquando da vitória encarnada em 1994. Quando Pedro Henriques apitou para o final do jogo (e da Superliga), todo um vulcão entrou em erupção e a lava libertada dará azo ao nascimento de um novo Benfica: um Benfica ganhador, um Benfica com dinâmica de vitória, um Benfica melhor e um Benfica cada vez maior! E é esta grandeza e este potencial do Benfica - comprovados nestes dois meses de onda vermelha - que têm de ser explorados ao máximo nas épocas vindouras...

Fizeram das tripas coração...

No início da época, a equipa do Benfica partia como a menos favorita dos três (ditos) grandes: plantel curto e desequilibrado, treinador novo e rotulado de defensivo - cultura que até hoje raramente vingara no clube da Luz -, e forte oposição do campeoníssimo Porto e de um reforçado Sporting. Como disse ontem o presidente do clube encarnado, só "faltou chamar-nos coxos e coitadinhos". Sinceramente, e faço aqui um parêntesis, considero a equipa do Benfica em termos técnico-tácticos mediana/boa - em termos de atitude e entrega é excelente - e defendo que deve ser feito um verdadeiro reforço do plantel encarnado com vista à próxima época, na qual integraremos o 4º pote da Liga dos Campeões... Dizia eu que no início da época não era creditado ao Benfica qualquer favoritismo, e gente houve que chegou ao ponto de afirmar que havia três candidatos: "o Porto, o Porto e o Porto". E não censuro quem o disse ou assim pensou, pois não era expectável que a Superliga decorresse deste atípico modo. Atendendo às dificuldades previsíveis, o Benfica desde cedo apostou em alguns valores essenciais: humildade, regularidade, raça, crença, empenho, vontade de ganhar e um grupo unido, realista e coeso. A estes decisivos vectores, juntou-se uma dupla de líderes (Vieira e Veiga) que soube ser discreta nos momentos certos e interventiva nas alturas apropriadas, e fizeram-no sempre passando uma mensagem de ambição e confiança: o "vamos ser campeões no Bessa" de LFV é marcante. Por último, elogio Trapattoni. O técnico transalpino foi de uma persistência e coragem notáveis, raramente reuniu consenso - pessoalmente, duvidei das suas capacidades de fazer desta equipa do Benfica uma equipa vencedora - mas nunca desistiu das suas ideias e provou que a experiência é mesmo um posto. Por tudo isso, os benfiquistas estão-lhe eternamente gratos!

A Superliga do Benfica

A equipa encarnada teve um início de época com altos e baixos: a eliminação na pré-eliminatória aos pés do Anderlecht, depois viriam três vitórias nas três primeiras jornadas, e à 6ª jornada derrota em casa com o Porto num Estádio da Luz cheio como um ovo. Todavia, o Benfica manteve-se sempre em 1º lugar, excepção feita à 8ª jornada em que o Vitória sadino ascendeu à posição mais alta da tabela; tal seria rectificado com os 4-0 aplicados pelos pupilos de Trap à então equipa de Couceiro.
Até Janeiro, o Benfica continuou a ter alguns amargos de boca (goleada no Restelo, ou a derrota em Alvalade) e outros dias mais felizes (como a goleada ao Boavista, onde se marcou, provavelmente, o golo com maior carga emocional do campeonato) mas não descolou do topo. Porém, à 18ª jornada, a nação benfiquista sofreu um forte abalo com a humilhante derrota em casa perante o Beira-Mar de Luís Campos. Ouviram-se monumentais vaias e assobios, viram-se lenços brancos para a equipa, e o público saiu da Luz com o coração (quase) despedaçado. No final desse jogo com a equipa aveirense, Luisão deu a cara e foi objectivo e claro: "em Maio vamos ver quem festeja!" e este pareceu ser o sentimento global do plantel.
Desde esse jogo - que eu considero ter sido o jogo da viragem -, a equipa uniu-se e remou para o mesmo lado: nos 9 jogos seguintes, o Benfica ganhou 23 de 27 pontos, venceu 7 vezes, e só empatou no Dragão e em Braga. O futebol não era convincente nem espectacular - raramente o foi nestes 9 meses - mas era eficaz, cínico e a equipa encarnada teve em alguns momentos a estrelinha de campeão. Como exemplos mais flagrantes, destaque-se o penalty falhado por Adriano nos últimos minutos da vitória encarnada na Choupana, ou o golo redentor de Mantorras frente ao Marítimo naquele que considero ter sido o melhor jogo do campeonato.
Havia sido criada a onda vermelha - que esta semana assumiu proporções de tsunami - e o ambiente entre a nação benfiquista era de euforia - comedida nuns casos, desmedida noutros. À 28ª jornada, e com seis pontos à maior sobre a concorrência, o Benfica encarava a deslocação a Vila do Conde como um dos mais difíceis testes do final de época - e perdeu-o. A equipa encarnada criou ocasiões, Mora tudo defendeu, e o Benfica perdeu nos descontos. Todavia, a onda de fé não esmoreceu e no sábado seguinte a Luz engalanou-se com cerca de 60 mil nas bancadas para a recepção à União Leiria. O golo de João Paulo, a inspiração de Costinha e a ineficácia ofensiva encarnada levaram os adeptos ao desespero, apenas atenuado com um golo do inevitável Mantorras. Na jornada seguinte, o Benfica foi ao Algarve num jogo que perdurará na história do futebol português pelas piores razões: primeiro, a subserviência da SAD canarinha para com o Benfica e, depois, a péssima arbitragem de Hélio Santos, mancharam um jogo que também será recordado como o primeiro da Superliga no Estádio Faro-Loulé - e teve lotação esgotada, pois claro. Seguir-se-ia uma suada vitória com o Belenenses e, quando já cheirava a campeonato, o Penafiel venceu o Benfica numa exibição medíocre e desgarrada da equipa encarnada. Os jogadores acusaram o toque e, constrangidos a ganhar ao Sporting, fizeram-no num Estádio da Luz vibrante e eufórico - ficava a faltar um empate no Bessa. Aí, numa exibição de muito coração e pouca razão, o resultado desejado acabou por acontecer e o Benfica sagrou-se campeão nacional pela 31ª vez na sua gloriosa história.
Foi um campeão sem brilho? Foi. E até houve equipas (os dois Sportingues) com mais brilho e grau de espectacularidade na Superliga, mas de que serve ter brilho (e esforço, e dedicação, e devoção) se no fim não se tem glória?.. Também se diz que é um campeão injusto. A esses respondo: de vitórias morais andavam os benfiquistas fartos.
Neste domingo, a 10ª dobradinha e 26ª Taça do clube pode ser conquistada. Vamos ver o que mais pesará, se o entusiasmo e a onda de confiança que assolou a equipa, se o desgaste provocado por uma intensa e longa época desportiva e particularmente acentuado nestes 3 dias de folia e diversão.

Os jogadores do Benfica foram heróis. De Quim a Simão, passando por Luisão, Rocha, Petit, Manuel Fernandes, Paulo Almeida, TODOS. Foi a vitória da humildade; foi a vitória do querer e da vontade; foi a vontade da união e da amizade... Outros dizem que foi a vitória da vergonha e da mentira. Admito que o Benfica sofreu ao longo da época alguns empurrões - também foi puxado mas disso não convém falar - dados pela arbitragem e até pela Liga - e a presença de Cunha Leal nesta instituição a isso não será alheia. No entanto, prefiro realçar a coincidência de, logo no ano do Apito Dourado, o Benfica se tornar finalmente campeão...

Artigo de Carlos
Publicado às 15:44


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