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quinta-feira, maio 26, 2005

LIGA DOS CAMPEÕES
Liverpool Campeão Europeu!



Liverpool FC 3-3 AC Milan (6-5 após marcação grandes penalidades)
(Gerrard, Smicer, Alonso; Maldini, Crespo (2))

Espectacular! Memorável! Épica! São alguns dos adjectivos possíveis para caracterizar a final da 50ª edição da Liga dos Campeões (antes chamada Taça dos Campeões Europeus) jogada entre dois dos históricos do futebol europeu, o Liverpool e o AC Milan. O jogo foi extremamente emotivo e foi necessário recorrer à marcação de grandes penalidades para apurar o vencedor da liga milionária. Os ingleses sucedem ao FC Porto e são eles os novos campeões europeus, colocando a UEFA numa difícil posição pois o Liverpool não se classificou para a Champions League e deverá ser o primeiro campeão europeu a ficar fora da edição seguinte à conquista da prova. Injusto para a equipa de Anfield e para os seus adeptos que mostraram no Olímpico Ataturk o porquê de serem dos melhores do mundo. Caso o Liverpool jogue a próxima Liga dos Campeões, o FC Porto não será do Pote 1 mas sim do Pote 2, no sorteio dos grupos.

Na primeira final europeia em solo turco, previa-se um jogo fechado e um cinzento duelo táctico pois se de um lado estava a defensiva escola italiana, do outro estava uma equipa inglesa mas com um estilo de jogo igualmente italianizado - à imagem do Valencia da época passada - por um treinador metódico e estudioso, que é Rafa Benitez. E o técnico espanhol surpreendeu na constituição do seu onze, onde o nome do australiano Harry Kewell - habitual suplente - constava. Também novidade face ao último jogo na Europa, Xabi Alonso foi titular, após cumprir o castigo por acumulação de amarelos na 2ª mão com o Chelsea. Do lado milanês, não houve surpresas, com a dupla atacante Sheva - Crespo a ser apoiada pelo quarteto de médios Gattuso, Seedorf, Pirlo e Kaká.

O Milan entrou a matar e ainda não tinha passado o primeiro minuto já o marcador havia sido inaugurado por intermédio de Maldini, após livre lateral de Pirlo. A equipa italiana pegou desde cedo no jogo e à passagem do quarto-de-hora podia ter ampliado a vantagem quando Crespo cabeceou para golo mas Luis Garcia evitou o 2-0 em cima da linha de baliza. A defesa do Liverpool parecia manteiga e a cada livre ou canto do Milan era um "Deus nos acuda" na área inglesa. Aos 23', Kewell saiu tocado para a entrada de Smicer que se viria a revelar essencial no conjunto inglês. À passagem da meia-hora, gritou-se golo no Olímpico: o brasileiro Kaká arranca muito bem do seu meio-campo e isola Sheva que - em posição irregular - atira para as redes da baliza de Dudek. O Milan dominava o jogo a seu bel-prazer e raramente o Liverpool importunou Dida: apenas de registar dois remates de Luis Garcia (aos 33 e 36') mas ambos fora do alvo... As fraquezas da defesa inglesa ficaram à vista no lance que daria origem ao 2º golo rossonero: Kaká pica a bola isolando Sheva e o ucraniano assiste Crespo que só teve de encostar para a baliza do guarda-redes polaco, perante a atrapalhação e desnorte dos homens mais recuados do Liverpool. Poucos minutos volvidos e novamente Kaká a dar o golo a Crespo: desta vez, o '22' milanês isolou o argentino com um passe junto à linha de meio-campo e o ex-Chelsea fez o 3-0, com uma finalização sublime!

No fim da primeira parte, o resultado era justo pois o Liverpool mostrou mesmo muito pouco futebol. Para contrariar tal facto, Benitez substituiu Finnan pelo experiente Hamann. Apesar disso, o Milan derrotava o Liverpool por 3-0 e poucas dúvidas subsistiam na cabeça dos adeptos do futebol: uma equipa italiana, cínica e defensiva como o Milan, a ganhar por 3 golos ao intervalo muito dificilmente irá perder esse jogo. O segundo tempo provou o contrário...

Enquanto as equipas entravam para o relvado, pôde-se ouvir o mítico cântico "You'll never walk alone" entoado pelos adeptos do Liverpool - eles acreditavam... E os jogadores também: a equipa inglesa teve um início de segunda parte absolutamente arrasador e marcou 3 golos em sete minutos! Antes disso, porém, houve dois remates perigosos para ambos os lados: primeiro, Xabi Alonso - grande exibição, grande jogador! - rematou forte mas ligeiramente ao lado da baliza, e depois Shevchenko, de livre indirecto, a encher o pé para uma grande defesa de Dudek. No minuto seguinte, aos 53', Riise cruza bem da esquerda para um fantástico cabeceamento de Steven Gerrard, sem hipóteses para Dida. Logo a seguir, Smicer rematou forte e colocado e reduziu a desvantagem para 3-2, relançando o jogo. E ao minuto 60, surgiu o empate do Liverpool, na sequência de uma grande penalidade cometida sobre Gerrard. Na marcação desta, o espanhol Xabi Alonso permitiu a defesa de Dida mas na recarga não perdoou e empatou o jogo a 3 golos. Incrível recuperação do Liverpool! A equipa da cidade dos Beatles estava com o gás todo e aos 63' Riise rematou fortíssimo para uma boa defesa do guardião brasileiro. A equipa do Milan estava desorientada e só a partir dos 70' é que conseguiu reassumir algum controlo do jogo. E aos 71' Sheva esteve perto de fazer o 4-3, não fora Traore a evitar o golo em cima da linha de baliza. Até ao final do tempo regulamentar, além de um ou outro remate, destaque apenas para um lance aos 88' em que o Milan esteve perto do golo: num canto, Stam cabeceou e Kaká falhou a emenda quando tinha boas condições para marcar.

A final iria ser decidida no prolongamento ou, em último caso, na marcação das grandes penalidades. Atendendo à primeira parte italiana e à segunda parte inglesa, o empate foi justo e aceitava-se. Injusto foi uma final destas ter de ser decidida na lotaria...

Na primeira parte do prolongamento, apenas digna de registo um cruzamento de Serginho - que entrara para o lugar de Seedorf - que foi direitinho para Tomasson mas o ponta-de-lança dinamarquês não estava à espera do falhanço de Traore - o jovem lateral esteve muito inseguro ao longo de todo o jogo - e teve um mau timing de entrada à bola. Na segunda parte, Rui Costa entrou para o lugar de Gattuso e pouco acrescentou ao conjunto milanês. Apesar disso, o momento capital do jogo - quanto a mim - aconteceu ao minuto 27 do prolongamento: Serginho cruzou da esquerda, Shevchenko cabeceou para uma grande defesa de Dudek e na recarga, de baliza aberta e o guarda-redes no chão, o matador ucraniano permitiu nova defesa do polaco - foi o "milagre" de Dudek! O jogo podia ter quase acabado aí mas tal não sucedeu e avançou-se para as grande penalidades, onde o Liverpool se sagraria campeão europeu, e onde o Milan se sagrara também campeão europeu há dois anos em solo.. inglês. Nessa altura, Sheva marcara o penalty decisivo; hoje, foi o ucraniano a falhar o penalty que fez do Liverpool o novo campeão europeu.

3-3, Serginho falhou
4-3, Hamann marcou
4-3, Pirlo falhou
5-3, Cissé marcou
5-4, Tomasson marcou
5-4, Riise falhou
5-5, Kaká marcou
6-5, Smicer marcou
6-5, Shevchenko falhou

Foi indiscutivelmente uma das maiores finais da história do futebol europeu e perdurará muitos e longos anos: estar a perder por 3 golos ao intervalo e ganhar esse jogo é algo pouco comum, sobretudo numa final da Liga dos Campeões. O Liverpool é, verdade seja dita, um vencedor justo da prova. Os pupilos de Benitez tiveram de eliminar a toda-poderosa Juventus - campeão italiano -, o milionário Chelsea - campeão inglês com umas dezenas de pontos de avanço sobre o Liverpool - e na final, a perder ao intervalo por uma margem quase irrecuperável, conseguiu desfeitear o Milan. Esta foi a 5ª vitória do clube inglês na Liga/Taça dos Campeões, que agora poderá contar com um original do troféu nas suas vitrines. Deve-se destacar o treinador dos novos campeões europeus, que veio amainar o "mito" Mourinho: Benitez é o primeiro a conseguir ser vencedor das duas maiores provas uefeiras em anos consecutivos com duas equipas diferentes. Elucidativo do valor deste espanhol...
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Melhor em Campo para o 'Livre Indirecto':

Steven Gerrard - Indescrítível a exibição deste médio nascido e feito jogador no Liverpool. Gerrard realizou uma exibição de luxo e esteve praticamente em todo o lado: defendeu, roubou bolas, fez faltas, sofreu faltas, rematou, marcou um golo, empurrou os colegas para a frente com passes precisos, em suma, o capitão levou a equipa às costas! Se este foi o seu jogo de despedida do Liverpool, Gerrard não poderia ambicionar melhor...
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Michael Owen (declaração no Verão passado, após se transferir de Anfield para o Bernabéu): "Venho para o Real Madrid porque quero ganhar muitos títulos". As voltas que a vida dá! This is football...

Os parabéns do 'Livre Indirecto' aos novos campeões europeus!

Artigo de Carlos
Publicado às 00:23


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